Ao chegar ao fim o «período de meditação» sobre a constituição europeia, Barroso propôs o seu prolongamento. Ninguém sabe bem o que fazer.
Há várias alternativas:
- Retirar as partes mais contestadas? não se sabe bem quais são;
- Continuar com o Tratado de Nice? vai dando para as necessidades, mas não chega para o alargamento e o aprofundamento necessários;
- Esperar a queda de Chirac e tentar outra vez? pode resolver o problema com a França, mas não o resolve com a Holanda;
- Fazer outra, bem curtinha, como a americana, só com as estruturas políticas e sem declarações ideológicas, uma constituição apenas formal, e deixar em vigor o resto do «acquis comunautaire»? é capaz de ser a melhor solução.
O que não é possível é manter esta paralisia por muito mais tempo. O países europeus não têm massa crítica perante os grandes actores mundiais: USA, Rússia, China, Índia, Brasil. Só um país Europa, federal ou não, com mais de 500 milhões de habitantes, pode evitar a decadência, o enfraquecimento, o empobrecimento e a colonização.
Esta Pátria Europa, tem de ter uma política externa e um exército próprios que lhe dêm credibilidade e imponham respeito, uma economia bem gerida e protegida que evite o massacre dos postos de trabalho provocado pela globalização e pelo dumping oculto, instituições de justiça e de polícia comuns que a livrem do crime organizado.
Só assim será possível preservar a grande civilização, a grande cultura, o grande espaço de liberdade, de paz, de concórdia, de justiça social e de progresso que é a Europa... que somos nós.
É preciso fazer qualquer coisa.